terça-feira, 30 de julho de 2013

Tornei-me homem no momento em que senti-me um menino

Tornei-me homem no exato momento em que me senti um menino. 
Nesse instante. 
Nessa noite de um céu azul escuro manchado pelo cinza das nuvens. 
Brisa fria. Vento acariciando meu rosto. Tornei-me finalmente homem. 
Não é agradável crescer. Não é nada vitorioso sentir o peso da responsabilidade em saber que seus pés já trilham sozinhos, sem o profundo aconchego de alguém o segurando pelos braços ensinando-o a andar. Mas é preciso. 
Assim como um dia todos estarão face a face com a consolável “morte”, todos também estarão um dia face a face com a sarcástica ”vida”. Senti-me completamente sozinho quando encontrei os braços abertos da “vida”. Somente alguns segundos atrás. 
Sendo que a mesma já acompanhava-me silenciosamente e medrosa demais para se revelar. 
Porém algo me diz que estarei ”acompanhado” quando encontrar a (temida pela maioria) morte. E será de uma maneira direta, sem “esconderijos”. Não condiz com sua personalidade esconder-se. 
Fulgurante, instigante e totalmente contrastante não acham? O que parece ser não é. 
A morte parece ser a última a querer ser vista por todos, porém ela é a única que não irá lhe virar as costas ou demorará a aparecer. A vida foi completamente sarcástica comigo. Perdi uma das maiores alegrias de meu ser. Uma das maiores razões de não sentir-me sozinho. Porém ela tirou-me. A vida tirou-me. 
E quem estava lá para me consolar? A morte. A mesma que tira a paz dos que ficam é a mesma que dá descanso aos que ceifa. 
Vou confessar algo que poucos o sabem. 
Procurei-a e quase a encontrei com meus seis anos de idade. A busquei sem saber. Tentei encontrá-la instigado por uma vontade de companhia. Porém ela nem quis se mostrar, simplesmente acotovelou a “vida” e pediu para alertar alguém cortar a corda. 
Um outro encontro foi aos 18 anos. Esse foi um encontro um tanto diferente do primeiro. 
E creio que até algumas palavras foram trocadas em algum lugar e linguagem fora do estado chronus. Ela sussurrou baixinho. Inaudível, incompreensível ao encontrar o lobo temporal e irreconhecível para a área de Wernick.

–Não puxe esse gatilho. Não posso te abraçar agora. Nosso encontro não pode ser aqui em meio a essas árvores, em meio a essa escuridão. Nosso encontro acontecerá, mas será de uma forma mais poética. Mais condizente com a maneira que você irá tratar a vida. Trate-a bem e seu encontro comigo será bom. Somos irmãs. Cuide dela e o recompensarei.
Hoje posso compreender. Não sei qual foi o lugar que desloquei-me nesses poucos segundos de “instantes”. Porém compreendi, traduzi a linguagem na qual a “morte” bafejou suas palavras aos meus ouvidos. Entendi o segredo. 
Para merecer um encontro digno com a consolável "morte", precisarei ter um bom relacionamento com sua sarcástica irmã , a "vida". 

Incrível. Inacreditável. Impressionante. 
O equilíbrio é visível. O trabalho de ”tudo” e “todos” nesse universo é perfeito, incompreensível e infinitamente livre de parecer com o que se apresenta. 
E mais delicioso ainda, é perceber essas doses intensas de mistério. 
Parecem ter o gosto de céu, de sol, de mar. Um gosto bom. Um gosto de “sabedoria”. 
Ah, se todos pudessem sentir essa sensação de prazer na qual sinto meu ser biológico intensificar. Se todos pudessem sentir seus “estados psíquicos” adentrar os portões do reino metafísico. Seria tão profundo poder trocar ou compartilhar essas experiências. 
Esses despertares através de fazeres tão simples.

Uma simples leitura de um livro chamado A menina que roubava livros deixou-me assim. Liesel Meminger, a roubadora de livros, a sacudidora de palavras, Rudy Steiner, o Jesse Owens, cabelo da cor de limões, Hans Hubermann, o acordeonista, olhos feitos de prata e bondade, Rosa Hubermann, a mulher dona das palavras “saumensch”, “saurkel” e todos seus derivados, porém dona de um coração incontestável, Max Vandenbrug, o lutador judeu, o homem de gravetos no cabelo, e assim por diante. Ficaria um bom tempo, tomando seu tempo se pudesse citar todos belíssimos e inspiradores personagens. Leiam. 
Aconselho ler e se descobrirem realmente homens e mulheres. Ou talvez não...

Talvez...
Talvez a “vida” e “morte” deram essa oportunidade a alguns poucos ao qual me incluo.

Não é um comentário prepotente ok? 
Ao contrário. 
É reconhecendo de que coisas simples e desprezadas por muitos servem para mim. Contento-me com o pouco e o simples. Nada de complexidades. Admiro quem precisa dessas complexidades para chegar a conclusões. 
Porém, infelizmente ou felizmente não preciso. Espero que tenha sido claro e ao mesmo tempo não tenha assustado ninguém de minhas relações interpessoais fraternas, com essas declarações um tanto incomuns.

Termino com uma frase maravilhosa de nossa consolável e futura amante “morte”:  

Os seres humanos me assombram.

J.Gonçalves, 30 de Julho de 2013, (Descobri-me homem ao sentir-me menino)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Aprendendo a ser "Humano" - Normose

Não recordo-me em que momento de minha vida aprendi a ser "humano". Sobreveio essa dúvida quando a momentos atrás lia sobre analfabetos emocionais, ignorantes de alma, etc...
Vocês percebem o quanto distantes nos encontramos de sabermos que temos uma "alma"? É um assunto que precisa de pesquisas, porém vamos discutí-lo um pouco, de uma maneira rasa e simples.
Vivemos envolvidos por fobias, medos, crises internas, busca desenfreada por "algo", ansiedades em proporções patológicas intensas, sensações de pânico, entre outras milhares de perturbações pessoais. Perturbações geradas pela "Sociedade Normótica". Essa frase de Jiddu Krishnamurti traduz de uma forma simples e profundo e real significado do que quero dizer.

“Ser ajustado a uma sociedade profundamente doente não é sinal de saúde”.

"Não seja um normótico", uma grande amiga usou essas palavras para definir o quanto somos inseridos em um mundo que nem sequer conhecemos. É silenciosa como uma serpente, uma patologia inebriante e envolvente, gerando hipnoses coletivas a níveis astronômicos, inserindo-se no seu inconsciente desde cedo, desde sua tenra idade. Uma verdadeira fonte de sofrimentos e de tragédias.
Assustador não acham? Bom, isso é a chamada "normose".
Eu sou normótico! Vocês são normóticos! Todos somos!
Você não sabia disso não é? Não se conhece o suficiente para saber isso?
Bom, eu também "não conhecia". Normose é aquele rígido conjunto de normas, conceitos, "valores",  maneiras de agir, padrões pré-estabelecidos ou aprovados por um consenso ou pela maioria inserida na sociedade. Muitas vezes não importando-se com as condições psíquicas e subjetivas das pessoas.
Na verdade isso não passa de condenações aleatórias, sendo que seus autores não fazem a idéia daquilo que fazem, já que é quase, se não em um todo, a chamada coletividade inconsciente.
É um assunto vastíssimo e que com certeza irá gerar muitas novas sinapses na mente de quem aceitar ter a paciência de entender sua profundidade.

Conforme comentei no início do texto, o que quero dizer com "aprender a ser "humano" é justamente no sentido de que não existe, em lugar algum, e em nenhuma de nossas instituições sociais (igrejas, escolas, creches, Universidades, etc...) uma "abordagem" específica para desenvolvermos nossa psiquê.
Há uma necessidade "titanizada" de um desenvolvimento emocional em nossas crianças, justamente para que elas não se tornem o que nos tornamos, ou que não sintam a dificuldade de mudar como nós sentimos ao descobrir a "verdade" acerca do mundo e das simplicidades vida.
Nossas crianças e jovens precisam aprender sobre seus sentimentos, emoções, relacionamentos, exercitar suas sensibilidades emocionais.
Infelizmente, nossa educação se resume em fazê-los engolir uma série de informações e ensinos que são "testados" através de exames do estilo "decoreba".
E isso tudo faz o quê? Faz com que sejamos o que somos - protótipos (padrões).
Quarta-feira passada estive envolvido com duas mentes sábias em um assunto que durou mais ou menos 4 horas. Em certo momento uma delas falou: - Você é um milagre, uma explosão de vida única. Quando você nasceu foi um momento único no mundo, e quando você "morrer" também. 
Todos são milagres, todos são únicos!!
Falta aprendermos que nossas crianças são únicas, que essa comparação prejudica suas subjetividades, impondo-as a viverem conforme ditam as "regras", mais alguns "seres" sendo criado em laboratórios.
É hora de nos conscientizarmos e aprendermos a ser "humanos".
É um assunto tão intenso e ao mesmo tempo confuso. Seriam gastos boas horas de conversas e discussões para podermos chegar a um consenso positivo, para que alguns aceitem essa "nova tese".
Maluquice? Talvez, porém é uma maluquisse saudável e com preceitos bons.
Precisamos re-aprender sobre como viver corretamente.
Quando você estiver se sentindo totalmente infeliz e insatisfeito com o mundo, olhe para "dentro de si", a causa está ali. Quando você estiver nas nuvens, em um estado metafísico de alegria e prazer, olhe para "dentro de si", a causa também está ali.
O "ser" é o mesmo, tanto para as positividades e as negatividades.

Percebem o quando dualistas somos? O quanto confusos somos? Isso por quê somos "normóticos".
E até quando aceitaremos isso?
Encerro com uma frase, deixando para todos uma fagulha de esperança na mente e no coração:

"Se todas suas escolhas não tem dado certo, dê espaço para que a metanóia aconteça, quem deseja melhorar, aceita sempre mudar."

J. Gonçalves, 19 de Julho de 2013, B. Camboriú.



terça-feira, 16 de julho de 2013

Voaram as páginas do calendário...

E hoje o dr. Júlio completa seus 24 invernos, muito bem vividos por sinal.
Estou aqui para finalmente dar os parabéns, que venho planejando desde que você se tornou especial na minha vida.
Sempre gostei de aniversários, pois são a oportunidade perfeita de se falar todas aquelas palavras bonitas que geralmente engolimos a vida inteira e no final acabam indo para o memorial, epitáfio e biografias póstumas. Não quero ter palavras não ditas nesses momentos. Quero a cada ano poder falar do quanto fui marcada pelas "pessoas que brilham" e poder sorrir junto, sabe?
Junto, é uma palavra que a nós pouco cabe devido a distância, contudo, realíssima, devido ao sentimento. Já que estar perto não é físico, comemoramos a conexão mental que um dia nos uniu.
Por você ser tão especial na minha vida, te parabenizo.
Primeiramente, Parabéns por existir. Ter nascido já te faz merecedor de toda a felicidade disponível nesse mundo... e nos outros também.
Parabéns, por a cada dia que passa, saber conquistar essa tal felicidade e por ter ensinado não só a mim, como a várias outras pessoas como viver a felicidade das coisas simples. Isso é lindo!
Parabéns por ser tão forte e tão corajoso, por vencer tantas guerras e desenvolver essa resiliência que tanto admiro em você!
Parabéns por cada estrada trilhada, por cada árvore no meio do caminho que você passou por cima!
Parabéns por saber amar e perdoar, isso é raro...
Parabéns por ter escolhido a profissão mais linda que há e por que ainda terei muitos parabéns para te dar ao longo da vida, vejo em sua frente um caminho de muitas conquistas.
Parabéns por ser essa pessoa tão fantástica, e por ser assim sendo tão simples.
Seja mais e mais feliz a cada semana... Não perca esse brilho ao longo dos meses... Por que quero comemorar com você a cada ano, celebrar a vida, que é tão linda e poucos conseguem vê-la assim.
Mostre para o mundo todo o Mestre da Sensibilidade em cada forma artística que for expressar sua alma.
Ilumine pessoas com o brilho do Mestre do Amor que está em seus olhos.
Que a sabedoria do Mestre dos Mestres seja tua amiga e companheira de todos os dias...
Viva e viva e viva um pouco mais... que cada dia vivido te traga a alegria das novas descobertas de um menino e a experiência de um homem.
Não perde a essência, a identidade, a fé, a força, o foco, a garra, a positividade. Você é o herói de alguém que talvez nem imagine.

E pra finalizar... Feliz Aniversário Dr. Julinho!! Mesmo você sendo um chato, insuportável e agora sem tempo pra longas conversas, continuo te amando.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Memórias, sonhos e reflexões com uma pausa para "Os Miseráveis"

Memórias, sonhos e reflexões - Carl Gustav Jung.
Fazia algum tempo que nenhuma leitura mexia comigo de forma tão profunda.
Confuso? Sim, bastante. É necessário crer nos "algos" sobrenaturais da vida para encontrar uma pequena abertura para compreendê-lo. Instigante e misterioso.
Uma autobiografia totalmente diferente de todas que li, pois ela não fala necessáriamente do "escritor" e sim com o leitor. Uma busca pela totalidade tanto existencial quanto psíquica, a compreensão de uma realidade mais elevada, um mundo metafísico, um confronto com sua duplicidade e um encontro com seu self.
A impressão que obtive foi o de um despertamento acerca do "ser" e "estar", e da comprovação de que mais alguém conheceu o "algo elevado" da vida em um todo.
A vontade foi de lançar fora o persona, deixar as tendências emocionais de meu anima "sentir" desenfreadamente, conversar e rever histórias com meu inconsciente pessoal, sentir a gravidade "zero" elevar meu ser aos espaços obscuros da existência humana. Uma leitura que com certeza irá manter seus efeitos por alguns dias, e até mesmo gostaria que fosse arquivada no inconsciente.

Um outro momento desse final de semana que atingiu níveis de "energias" elevadíssimas foi assistir "Os Miseráveis". Um enredo magnífico, um musical inesquecível baseado na obra de Victor Hugo - lançado em 1862, com um elenco de tirar o fôlego: Anne Hathaway, Hugh Jackman, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne e Russell Crowe.
Atuações impecáveis e de deixar lágrimas nos olhos (Daniel Huttlestone, no papel do pequeno Gavroch, menino que deixou todos no ápice de suas emoções e com vergonha de não ter 1% por cento de sua atitude diante a própria "vida").
A performance de Anne Hathaway é de tirar o fôlego! Sua beleza mesmo com "cabelos curtos" é divina (houve uma cena que seu cabelo foi cortado com uma faca), sua graciosidade, sua exteriorização emocional, totalmente divino.
Na plenitude da Revolução Francesa, em meios a Batalha de Waterloo e os motins de junho de 1832. Jean Valjean, um condenado a 19 anos de prisão e trabalhos forçados ganha liberdade condicinal, muda sua vida, encontra-se com Deus, porém em um específico momento passa a ser perseguido pelo Inspetor Javert. Jean Valjean se vê em débito (muito longo para detelhar) com Fantine e tira Cosette das mãos de Monsieur e Mademoiselle Thénardie. O empenho dos jovens estudantes em defesa de uma causa nobre de justiça e esperança para um povo sofrido. São tantos momentos, são tantos detalhes. É incrível a intensidade na qual senti minhas emoções sinalizarem tanto. O final foi surpreendente, fico sem fôlego só em lembrar.
Mensagens incríveis como essa, que era dita em coro pelos jovens em meio as "chamas" da vontade de uma mudança: "Há uma chama que nunca morre, a noite se encerrará e o sol despontará", ou essa, cantada por Cossete no ápice de um sentimento de amor por Marius: "Amar outra pessoa é como ver a face de Deus". Tenho viva em minha memória auditiva as harmônicas e os baixos da canção inicial:
 "Look down, look down, and see the beggars at your feetLook down and show some mercy if you can"

Amo quando alcanço esses níveis de satisfações pessoais e emocionais através de tão pequenos recursos. Normalmente são gastos algumas horas nessa belíssima empreitada por conhecimento. E quase sempre é necessário que haja mais pessoas envolvidas, um ambiente confortável, muitos livros, muita pesquisa, pitadas de melancolia, etc...
Mais um final de semana interessante. Reunião com amigos, música na beira do mar, novas identidades na qual se fazem conhecidas, projetos, filosofias, psicologias, essas coisas todas que amo e não saberia viver se não as tivesse. Mais um módulo iniciando, uma semana novinha em folha para ser vivida e ser agradecido a Deus pela mesma. Isso é viver, ser feliz com o que temos, com o que podemos e como podemos. Simplicidades complexas de uma mente desperta, emoções na qual a razão não têm idéia de como pará-la. Um belo dia Mentes Criativas!! Sejam amantes de si próprio, as vezes isso é importante! Assistam musicais, leiam livros, permitam-se conversar com suas emoções, com seu eu. com seu self.

J. Gonçalves, 15 de Julho de 2013, Balneário Camboriú, (Adentrando os portões do mundo metafísico)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Poesia sem nome

É tanta coisa linda nesse mundo,
tanta arte, tanta poesia, tanta música boa
fotos e passos de dança...
isso sim encanta!
isso sim encanta!
E você aí perdido, no seu mundinho
preto e branco, raramente uns tons de cinza
mas faz tempo que nada consegue colorir sua retina
Veja as flores, sinta a brisa
O sol se põem todos os dias, e as ondas que beijam a areia
também estão lá, pra te encantar... pra te encantar

Então acorda ser humano, você foi feito pra ser feliz
Os robôs deveriam sentir inveja da sua sensibilidade
e não você sentir orgulho da sua intelectualidade.
Há tanto pra se ver, tudo pra se viver
reinos escondidos pra você descobrir
e você ocupado de mais para simplesmente se dar o direito de rir.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Virtualidade insana

Ficar muito tempo na internet faz a vida perder o sentido.
Você começa a ler bobagens e rir delas, mas aí enjoa e começa a achar tudo babaquice.
Você começa a ler textos românticos e enjoa de tanta melosidade ou fica deprimido por não ter um amor.
Você começa a ver todos revolucionando o Brasil e quando pensa em entrar na onda, percebe que é só animação virtual mesmo.
Você começa a procurar entretenimento inteligente e filosofias divertidas, acaba encontrando mil novas formas de pensar. Mas levanta pra ir na geladeira comer alguma coisa e volta para o tédio de ninguém ter se pronunciado quanto as suas novas fotos.
Tédio.
Pessoas medíocres viverão fadados a mediocridade das redes sociais, enquanto despejam nelas seus sentimentos mais profundos e seus ideias mais valorosos. Pra que? Pra quem? Pra outros inúteis indivíduos que só estão querendo matar tempo e descansar a mente rindo de qualquer bobagem.
Então volto a dizer que ficar muito tempo do internet faz a vida perder o sentido.
Fale de quem você é pra quem te olha nos olhos. Mostre seu interior pra quem se importa com você. Use seu conteúdo produtivo investindo no que te dará retorno. Por que a vida só se constrói quando você desliga o computador e vai fazer acontecer.
Suas atitudes são mais importantes que seu discurso!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Aos vencedores

"Passamos para uma nova fase. Sim, essa é a frase que define esse processo como um todo. Um estado que podemos definir como 'um amadurecimento pessoal e profissional'. Ao longo desses últimos meses cada um de nós cresceu, sofreu, aprendeu, acertou, errou, chorou, sorriu e uma porção de outros sentimentos que se misturaram com teorias, antes abstratas e desprovidas de sentido, na prática de uma das profissões mais bela do mundo: a psicologia. 

Sinto que a inspiração voltou. Que sou mais humano depois dessa experiência. Percebo que o medo de atuar, diante do desconhecido, do outro, daquele que pode agredir mesmo na tentativa de buscar ajuda, esse medo se distancia de mim, como a lua no horizonte dos navegantes.

O Deus morto por Nietzsche ressuscitou. Forte, impávido. Na busca de um olhar que sempre se renova, em direção ao outro, com o outro, assim podemos definir, o misto de complexidades que ocorreram no psiquismo individual de todos que vivenciaram esse processo de vir-a-ser no mundo um profissional pautado na ética, na moral e sobretudo, nas teorias deixadas por Freud, Bion, Pichon-Rivière, entre outros.".

Por David Santos

Coletividade Inconsciente

http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/57/artigo184590-1.asp
Extraído do site Portal Ciência e Vida.

Coletividade inconsciente
Psicanalista Carl G. Jung estudou formas primitivas da nossa mente e criou teorias de arquétipos que explicam nosso comportamento e nossa busca por autoconhecimento

Conrado Matos


Shutterstock
O psicanalista Carl Gustav Jung nasceu na Suíça e foi discípulo de Freud. Aprendeu Psicanálise e a levou para vários campos do conhecimento humano, um deles foi a Psicologia das Religiões, que Jung discutiu profundamente. Logo, também, para sua própria teoria, a "Psicologia Analítica".
Jung em uma análise sobre os povos primitivos descobriu a existência de um inconsciente primitivo, ou seja, primeiro ou primordial desde o início de qualquer geração humana. Este inconsciente, Jung denominou de inconsciente coletivo.
O inconsciente coletivo de Jung se conceitua por se estruturar nas imagens primordiais do desenvolvimento mais primitivo da psique. O homem herda tais imagens do passado ancestral, passado que inclui todos os seus antecessores pré-humanos ou animais. Dentro desses aspectos, Jung quis dizer que o ser humano traz psicogeneticamente um inconsciente herdado dos seus ancestrais mais primitivos possíveis, e que vai passando de geração para geração.

Personalidade humana
De acordo com a teoria Junguiana, levando aqui como discussão a obra dos psicólogos Calvin S. Hall e Vernon J. Nordb (Introdução à Psicologia Junguiana, Cultrix, SP), a psique faz parte da personalidade como um todo em primeiro lugar no ser humano, portanto, de acordo com o pensamento de Jung o homem não luta para ser um todo, ele já é um todo, ele nasce como um todo.
Em relação ao inconsciente coletivo, Jung denominou o seu conteúdo de "arquétipos", que são Universais, e que todos nós herdamos as mesmas imagens arquetípicas básicas. Entretanto, Jung considerou cinco tipos de arquétipos que desempenham papéis importantes na personalidade humana. São eles os arquétipos: Persona ou máscara, animus, anima, sombra e o Eu.
Jung dizia que o indivíduo deve saber lidar com os vários papéis que assume na vida, ou seja, deve saber conviver com vários personagens, sem se envolver definitivamente com a máscara - saber usar a máscara e saber sair dela sem se prejudicar. Jung classificou a máscara de face externa.
Usar a persona, ou máscara em vários papéis sociais de maneira desequilibrada, pode provocar danos em diversos comportamentos humanos, seja através das relações intrapessoais ou interpessoais, em qualquer indivíduo que não seja capaz emocionalmente de conviver com várias máscaras, como por exemplo, no trabalho, na família, na profissão, e de modo geral na vida afetiva. O melhor equilíbrio é saber usar a máscara e saber sair dela, e saber usá-la quando bem precisar, como faz um ator com diversos personagens.
O Anima, Jung o classificou de face interna nos homens e o Animus de face interna nas mulheres. Sendo assim, o Anima constitui o lado feminino da psique masculina, e o Animus constitui o lado masculino da psique feminina. Cada homem tem uma mulher dentro de si, assim como cada mulher tem um homem dentro de si. Desta forma, durante muitas gerações o homem desenvolveu seu arquétipo Anima pelo relacionamento continuado com as mulheres e vice-versa.
Outro arquétipo que influi nas relações de pessoas do próprio sexo, que Jung denominou de Sombra. Este arquétipo faz parte da história evolutiva e mais aprofundada do homem, podendo ser mais poderoso e potencialmente mais perigoso de todos os arquétipos. Pode ser a fonte que há de melhor ou pior no homem, particularmente em suas relações com outras pessoas do mesmo sexo.
A sombra pode ser se tornar perigosa quando os homens tendem a projetar os impulsos de sua sombra rejeitada nos outros homens, de modo que, entre eles, surgem com frequência sentimentos negativos. O mesmo ocorre com as mulheres. A sombra tem uma natureza resistente e ao mesmo tempo persistente, e igualmente eficaz, tanto para promover o mal ou o bem. A rejeição da sombra diminui a personalidade. É na sombra onde estão contidos os ímpetos animais do ser humano, e que na visão de Jung devem esses ímpetos ferozes e vorazes ser domesticados no indivíduo.
O maior de todos os arquétipos, Jung apontou para o Eu, que é considerado o organizador da personalidade humana. Foi ao Eu que Jung classificou como principal arquétipo do inconsciente coletivo, considerando-o como elemento superior, unificador e harmonizador entre os demais arquétipos e suas atuações nos complexos e na consciência.
Sem a presença do Eu, os demais arquétipos do inconsciente coletivo não conseguem ter firmeza e união. Portanto, compreende-se no conceito de Jung que, o Eu assume o comando interno interno e gerencia os conflitos dos traumas associados aos complexos, como também aos arquétipos, máscaras, animus, anima e sombra. É o Eu nesta condição psíquica, a suprema consciência, e que deve exercer com eficácia o seu trabalho. Do ponto de vista de Jung, a meta final de qualquer personalidade é chegar a um estado de autorrealização e de conhecimento do seu próprio Eu. CONTINUA...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mente fechada, aprisiona a alma

Mente fechada aprisiona a alma.
Um fato perceptível a todos que detêm vontade de conhecimento.
Bom, é um tanto complicado falar em termos científicos um assunto sobre comportamento e suas variações durante a vida. Porém ultimamente ando com uma grande vontade de "expressar" (os neurocientistas que me perdoem pela vergonhosa nomenclatura), sobre o quanto podemos, devemos e mudamos nossos comportamentos e decisões diante a perepção de vida e mundo.
Para começar precisamos entender um pouquinho sobre "cognição". Vamos partir dos neurotransmissores, lembrando que existem vários processos antes desses, porém se formos abordá-los, ficaríamos muitos meses, somente para definir cada função e motivo dos mesmos.
Neurotransmissores são [substâncias químicas] liberadas pelos [neurônios] para assim transferir informações entre eles e manter o funcionamento constante e correto do organismo.
Impulsos nervosos são como chamamos essa troca. Através do potencial de ação, elas "viajam" pelo corpo celular através do [axônio] e quando chega ao final do mesmo, o impulso continua através da sinapse, uma estrutura que separa essa terminação axonal do dendrito do próximo neurônio.
Portanto, sinapse é o local por onde são transmitidos os sinais elétricos de uma célula a outra. Existem dois tipos de sinapses, mas o foco será outro, acerca de comportamento e influenciadores transformadores da maneira como o processo sináptico ocorre.
Isso nos diz os estudos de Jesus Landeira-Fernandez (Psicólogo pela USP e Doutor pelo Departamento de Psicologia da Universidade da California em Los Angeles), Antônio Pedro de Mello Cruz (Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela USP), e o professor de neurociência da conceituada universidade Johns Hopkins, David J. Linden, em seu artigo na revista Nature. *Interessantíssimo por sinal.

Todos nós produzimos o mesmo sistema nervoso, no entanto as variações específicas nessa transmição de impulso nervoso através da sinapse, definem a atividade psicológica do indivíduo, e é exatamente isso que dá forma a sua personalidade e individualidade.
A transmissão sináptica que ocorrem processos plásticos produzidos pela interação do sujeito com seu meio, no sentido de que sinapses podem ser alteradas, tornando-se mais fortes ou mais fracas, ativando-as ou não, e finalmente cheguei onde queria. Chega de ciência, vamos partir para a filosofia.
O incrível é que se eu perguntar para vocês o quanto mudaram de 10 anos para cá, a resposta será unânime: -Mudei muito!
Percebem o quanto mudamos com o passar dessa vida, por mais curto que seja o espaço de tempo percorrido? Já falei algo, [isso em outro momento].

Processos traumáticos, mudanças repentinas, acontecimentos fora do "padrão", todos esse e mais alguns milhares são os transformadores comportamentais de qualquer indivíduo.
Isso tudo é a maneira na qual somos afetados por nosso cérebro, na qual sempre procura ajustar-se para lidar melhor com o cenário mais atual de nosso existência, já que o próprio pensamento começa a fluir por vias diferentes do nosso cérebro.
Diante do conhecer a existência desse tipo de adaptação e capacidade, nada mais inteligente em que saber ceder quando se sabe que se deve ceder em determinada circunstância. Ou quando se sabe que independente do esforço que se faça a sua "escolha", ela não será mantida por muito tempo.
Bom, sendo simples, chegamos a conclusão que o que vale é adaptar-se, mudar se for preciso, ganhar espaço na plataforma da vida, saborear os diferentes momentos que os outros nos proporcionam, ou nos impõem.
Mente fechada aprisiona a alma. Mente aberta eleva sua alma a lugares transcendentes. Qual a escolha? Qual a sua escolha?
J.Gonçalves, 05 de Julho de 2013.
(Os dias têm sido estranhos, dias de sorrisos melancólicos, dias de serenidade, dias de uma Nárnia sem Feiticeira Branca)

Ciência, Fé, Amor



*Sobre a Imagem: Quando vejo um renomado escritor, de uma das correntes da Psicologia que muito estudei, falando das verdades mais absolutas que tanto acredito, o coração vibra de felicidade.

Eu amo tudo o que foi

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mais um Ciclo fechado!

Ultimamente não tenho tido paciência com alguns tipos de pessoas. Pessoas influenciadoras existem aos montes, pessoas influenciadas mais ainda. Bom, me coloco ao equilíbrio desses dois aspectos. Influencio se for preciso, e sou influenciado quando é necessário. Porém, de uns tempos para cá, não tenho conseguido conviver com nenhuma dessas extremidades humanas.
Essas pessoas são as que não tenho tido paciência, essas...
Sinto-me tão bem. Aquela paz interior. Aquela sensação acerca da vida de que tudo está onde sempre nasceu para estar. Sem desvaneios complexos e dolorosos. Sem auto-punição, vazio de penalização própria. Sem procurar nada, sem ter que achar nada.

Ontem ainda preparava um trabalho da Universidade que tratava-se de uma análise pessoal acerca do próprio "eu" comportamental. Um processo de aprendizado pessoal de metas, objetivos, tempo gasto na busca por esses objetivos, o quanto há de dedicação focados nesses objetivos, quais fatores contribuiam positivamente para conclusão do mesmo, entre uma série de enfoques.
Encontrei-me sem respostas para vários deles. Tive vontade de pôr alguma resposta do tipo: "Não sei", "Como vou saber?", "Está tudo em seu devido lugar", porém fui sensato e respondi conforme julguei necessário responder.
Foi interessante essa análise.
Melhor ainda foi presenciar a maneira na qual o meu querido companheiro "Eu" se encontra. Senti orgulho, fazia tempo que não o via assim. Um tanto "desleixado" amorosamente, egocentricamente e entre outras pequenas ostentações. Aquela vontade que todos possuem de priorizar a si e a seus desejos diante da realidade, tornando-se imersos em uma fantasia apropriada a esse padrão de aceitação e não enxergando a realidade da vida social e das necessidades de outros indivíduos em relação às suas.
Tudo isso têm se diluído aos poucos em relação...
Têm ficado para trás...
Têm sumido... Ido... Deixando... Partindo...
Indo... Indo... Indo...
E o por quê você falou de pessoas influenciadoras lá no início do texto Júlio?
Por quê não me sinto confortável quando pessoas ditam ou assim procurar "induzir" minha vida a escolher aquilo que julgam melhor ou conforme encontra-se pré-estabelecido. Um exemplo claro:
Quando saio para alguma festa, ou quando sou convidado para algum evento, e até mesmo quando organizamos algum tipo de confraternização, meu objetivo principal é a diversão, sentir-me bem.
Não procuro meninas estando nesse tipo de lugar, não procuro manter-me com olhares maliciosos e "devoradores", ou "brilhar" estentadoramente em meio essas pessoas. Procuro somente a alegria de uma relação fraterna e absorvível de positividade. Conhecer, rir, alegrar. Isso me basta. Isso me torna feliz.
A solidão têm me tornado alguém feliz. Não tenho a definição clara ainda do por quê dessa vontade de solidão tão acentuada em minha vida. Talvez seja por medo ou por egoísmo ou por achar que ninguém é bom o suficiente, ou por algum outro motivo que nem você tenha consciência ainda.
Ninguém está fadado a ficar sozinho, a solidão afetiva é uma escolha pessoal como a maior parte dos caminhos que tomamos em nossa vida.

Não existe um lugar certo para encontrar alguém especial, o que existe é a percepção do quanto você é especial e importante em sua própria vida. Estar disponível para viver a própria vida, permitir saboreá-la, seja de que forma for, é uma atitude que interfere e modifica a qualidade dos relacionamentos que se empreende.
 Normalmente temos alguém ao lado que nunca realmente olhamos como homem ou como mulher, simplesmente por estar muito preocupados com um ideal de companheiro(a), ou mesmo de namorado(a).

Bom, não sei como, mas consegui desapegar desse "ideal" e módulo comum na qual todos passam.
A impaciência continua...
Im-pa-ci-ên-cia astronômica! 
Júlio Gonçalves, 01 de Julho de 2013.