sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Coração Gelado

A partir de agora vou dedicar minha vida a cuidar de cachorros, ler livros, assistir filmes e tomar café. Investir nas pessoas só da prejuízo.

— Gabriel Oliveira.  
A primeira vez que li, achei tão interessante que dei um like. Depois, li de novo e desisti de gostar, pois não concordo. Apesar de gostar muito de animais, gosto muito mais do ser humano. Com todas as suas complicações, complexidades e erros conscientes, são preciosos demais. Meu cachorro é um mimo e me ensina grandes lições. Quando me vê, pula desesperadamente, seu coração descompassado quase sai pela boca entre os latidos, ele abraça minhas pernas com as patinhas e eu estou com frequência cheia de arranhões e mordidas. Sim, o amor dói. O amor do meu cachorro me causa alguns ferimentos, mas ainda assim é amor. O amor de alguns seres humanos já me feriram bem mais... Então abro um grande sorriso e enquanto brinco com ele começo a refletir sobre como aquela coisinha pequena depende de mim e me perco ao perceber que com a correria cotidiana não tenho tempo para ele, contudo me reencontro ao perceber que um dia vivi a mesma experiência. Tão pequena e dependente de um ser humano que muitas vezes não tinha tempo pra mim, minha heroína estrava preparando meu futuro... O amor humano me encanta.
O amor humano me encanta tanto quanto os livros. Ahhhh - os livros, tão apaixonantes, com seu poder extraordinário de nos levar a outra dimensão, construir estruturas internas novas e grandiosas. Aquele cheiro das páginas tão viciante quanto cafeína. Diga-se de passagem, fazem uma dupla e tanto: um bom livro e uma xícara de café, são companhia valiosa. Porém ainda não os deixo substituir uma pessoa... Cheia de suas aventuras, seus dramas e sonhos, risos e lágrimas. Há pessoas que são verdadeiros livros a serem lidos e nos cativam tanto quanto as melhores obras literárias, e nos viciam de tal forma que se tornam a causa das insônias tal como três litros de café de madrugada. E vivemos scripts Hollywoodianos, cada segundo é épico e você se encontra in love. Seja por atração física ou por conexão mental... O tempo passa, o encanto acaba e mais uma vez você se decepciona, com pessoas, com atitudes, com conflitos existenciais e de repente, volta a desejar os cachorros, os livros, filmes e cafés.
Quando investimos em alguém, os prejuízos vêm. E em alguns momentos, vêm com toda a força e te empurram de um penhasco e você fica lá tentando juntar os pedaços, só que o mundo não pára pra você se concertar.
Bem vindo ao que chamamos que auge, ponto exato de ser quem você precisará ser um dia. Se você não estiver disposto a sofrer todas as dores causadas pelos humanos egoístas, frágeis, que não sabem ser leais e sempre acabam falhando... Você nunca estará pronto para ser diferente dessa raça que desprezou, pois somos condicionados a repetir os comportamentos que nos afetam. Você desiste de sofrer prejuízos causados por um dia ter investido nos humanos, esquecendo que os melhores investimentos, um dia foram considerados falidos.
Não há momento em que não estejamos em risco de sermos feridos pelas decepções. Mas é justamente o sofrer que nos faz ser fortes. E se investirmos nos seres humanos poderemos lapidá-los e com cuidado, descobrir diamantes onde antes tudo parecia carvão. Sem medo e sem receios, aprenda a investir em pessoas! Elas são muito preciosas e o que você faz por alguém pode construir pontes destruídas por aqueles que já foram feridos um dia. Esteja disposto a ser fiel aos seus sentimentos em um mundo de covardes insanos.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Liberdade, compreendendo um pouco mais

Liberdade tem mais a ver com o que você pode escolher não fazer, do que com o poder fazer tudo que você quer. Ser livre de verdade, é não ser escravo nem de si mesmo.


Somos presos a quase tudo. Horários, compromissos, pessoas, ideias, regras, limites... Temos a obrigação intrínseca de dominar nossos planos e seguir a risca o projeto inicial para chegarmos na linha final em primeiro lugar. Para isso, estudamos e somos presos aos conteúdos, aos professores, aos colegas. Trabalhamos e somos presos aos chefes, empresas, horários. Temos família e somos presos ao compromisso, ao outro. Presos por laços afetivos, ou por nós intelectuais. E somos presos a tudo a todos, até a nós mesmos. Aos nossos gostos, sonhos, manias. 
Já não satisfeitos com o que nosso ambiente nos impõem, nós mesmos nos impomos metas e objetivos para sermos o que queremos ser. Ou será que é o que os outros querem que sejamos?
Vamos concordar que a maior parte das cosias que julgamos necessárias hoje, não passam de uma demanda criada pelo mundo para nos obrigar a contribuir com o capitalismo.
Não me julguem hipócrita, pois não tenho rompido com essa regra e vivido de uma maneira roots. Contudo sei que essa é uma realidade que encaramos. (Como a poluição: todos sabemos que nos faz mal, mas não desistimos de andar de carro!) 
Prosseguindo... Não quero falar da visão fantasiosa de um mundo ideal, onde viveríamos em um paraíso sem nenhuma obrigação chata. Quero falar de liberdade interior. Daquela sensação de leveza que nos toma quando temos a experiência de conseguir sem livre ainda com todos os atributos acima comentados. Quando conseguimos ser livres de nós mesmos.
Ser livre de si mesmo, consiste em viver não sendo escravo de uma consciência que acusa, de uma mente flutuante em um futuro incerto, de um pensamento repressivo, de sentimentos pré estabelecidos, nem de um corpo dominante sobre a alma. 
Se você não é uma máquina, cuide mais do seu interior. Seu corpo é só uma casa onde você mora, ele não pode controlar você!
Sua mente não pode estar presa nem no passado que te oprime em nostalgia, nem no futuro que te engana em ilusões. Sua mente tem que estar no agora, vivendo o hoje com intensidade e sabedoria, para evitar arrependimentos - tanto pelo que foi feito, quanto pelo que não foi.
Seus pensamentos precisam ser equilibrados. Se forem em excesso você pira, mas se for ao contrário você não acompanha o fluxo e acaba ficando pra trás. Equilíbrio é o segredo!
Seus sentimentos muitas vezes precisarão ser re-significados. Aqueles ruins, sabe? Troque por bons, anule se for preciso, mas não cultive feridas que te tornarão uma pessoa amarga.
Seja livre do peso que você mesmo colocou sobre seus ombros e aprenda a se amar, a se perdoar, a se entender. Procure um psicólogo e se conheça! (aqui temos dois [risos]).
Converse com você mesmo. Se permita passar por louco de vez em quando. Isso é saudável, isso faz bem.
Seja forte, mas não de ferro, derreta-se de vez em quando, quebre-se se for preciso e se reerga maior, melhor, e mais forte ainda.
Mude! Não tenha medo de mudar. Mudar é ótimo... E o maior sinal de liberdade é poder mudar.
Mude de ideia, mude o guarda-roupa, o cabelo, mude o gosto musical, a visão política, mude de casa, de profissão. Deixe de lado tudo que pode te prender de chegar ao ápice.
Alguns ciclos precisam ser fechados para que tempos mais interessantes e produtivos cheguem. Pare de postergar transformações necessárias. 
Seja você mesmo, em uma versão melhorada!

Isso sim, é liberdade.

E agora, escuta isso aqui

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Gabriel - Mais uma futura mente criativa. Meu primo é pai...



Dias calmos demais, dias mansos demais. Dias que não passam... Ou talvez eu esteja com um pequeno probleminha de percepção cronológica. Meu primo é pai. Mais um organismo para desbravar esse mundo e descobrir os tesouros da vida. Mais uma evento grandioso no Cosmos, a vida sendo gerada através de outras “vidas”.
A espécie persistindo em sua sobrevivência. São momentos para se pensar. Quantas emoções e sentimentos são envolvidos em prol desse evento. Pai, mãe, avó, tios, primos. Quantos se sentem emocionados e relembram o momento que um pai segurou no colo esse que agora é pai. A mãe que segurou no colo essa que agora é mãe. A vontade de que aqueles que foram integrar o Universo de uma forma eterna (amiga morte) voltem para compartilhar esse momento. É uma gama gigantesca de memórias e expectativas. Por mais que seja tão comum o “viver” e o “morrer”, esses “seres inevitáveis” ainda causam espanto, admiração, incompreensão, surpresa, emoção, entre milhares de comportamentos emocionais e biológicos. Primos bobos, tios babões, avó cuidadosa, mostrando o quanto sabe sobre “como cuidar um recém-nascido”, pai orgulhoso, etc... 
Eventos lindos, momentos em que o próprio ser encontra (inconscientemente) no palco do Universo o verdadeiro “estar” e objetivo nessa matéria arredondada que chamamos de “terra”. Quanta projeção e projetos já sobrecarregam os pequenos ombros desse novo integrante? 
Quantos desejos e vontades já nasceram no coração dos familiares para que esse “projetinho de gente” seja ou não seja? Eu mesmo, ontem, peguei-me imaginando: 
-Quando ele ficar “maiorzinho” quero que venha me visitar. Imaginei-o pegando o ônibus, descendo na rodoviária e chegando aqui para aproveitar as férias, que nem fazíamos eu e seu pai quando as preocupações eram somente “adquirir novos brinquedos”, e saber quem era o Power Ranger Vermelho. (Risos).
–Gostaria de saber qual faculdade ele vai querer fazer, bem que poderia ser Psicologia como o Padrinho (eu no caso, muito orgulhoso disso). De qualquer forma quero ser atuante em sua escolha e ajudar a disponibilizar o bacharelado a ele.
Estou a 1.200 km, nem pude estar presente naqueles momentos que as pessoas permanecem aguardando a tão esperada notícia:
– Nasceu, está tudo bem com a mãe e o filho.
Mesmo assim peguei-me projetando situações futuras. Na verdade sei o que é isso. É emoção de uma conquista. Emoção pela conquista de meu primo. Emoção em saber que o curso normal da vida é esse, sobreviver e gerar sucessores. Porém precisamos manter a postura e consciência de que cada um existe para “si” mesmo.
Estou alegre primo. E não poderia deixar de registrar esse sentimento de emoção diante do nascimento do Gabriel. Gabriel Gonçalves. Mais um sonhador, mais um organismo que desbravará o mundo, mais um... Mais um... Sem palavras para demostrar a alegria. Parabéns Anderson, parabéns Francieli. Estou aqui para o que precisarem... E Gabriel, seja bem vindo futura mente criativa.
J.Gonçalves, 02 de setembro, B. Camboriú (Saudades constantes da família, desses momentos únicos e indispensáveis)