quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cada um se contenta com o que entende

Ontem um amigo perguntou:
- Júlio, o que é felicidade e prosperidade para você?
Uma resposta curta, que se resumirá em:
- Ser próspero é ser realmente feliz!
Simples assim! Como é difícil para as pessoas desvincularem a idéia de prosperidade do "ter". Nosso sistema capitalista se infiltra de uma maneira quase "senso-comum". Desde pequenos vemos nossos pais e familiares na incansável busca do "ter", possuir, querer, precisar. Na maioria das vezes, se demora um bom tempo e até mesmo precisa-se perder "alguém" para realmente percebermos que existe algo bem mais importante que o "ter". 
Existe algo incrivelmente puro e de primeira grandeza que move nossa existência e permissão de acesso ao cosmos -
a vida como um todo! 
Um tesouro único e sem nenhum "estabelecer" crítico de medida comparativa (valores monetários).
Existem muitas variáveis subjetivas de "considerar" algo como próspero. 
Cada organismo (Ser humano) compreende dentro de sua individualidade o quanto é prospero. Não há valores maiores ou menores. Todos desenvolvem inatamente (talvez motivadamente também) sua complexidade ou sua simplicidade, sua necessidade ou sua satisfação. Cada um é o nivelador de seu próprio ser e de sua "precisão" dentro do grupo, família, comunidade, instituição etc. Resumindo, cada um se contenta com o que entende!
Se percebe então, que ser próspero é "estar bem" dentro de seu próprio repertório de informações. Estar-bem é altamente conjugado com o "ser feliz". Ser feliz é indispensavelmente o quê?
Vou dar uma pista! Tem haver algo com o que somente você como "ser" tem acesso. Algo haver com introspecção, fonte biológica de informação. Conseguiram? 
Estou falando da mente. Mente tranquila. Mente sã. Mente criativa. Mente sábia. (Perceberam que toda manhã me direciono a vocês com algum adjetivo para a "Mente"? Uma questão de positividade, de condicionar uma lembrança positiva acerca da mesma). Uma mente em paz, faz com que os dias fluam melhores. Fazem nascer aqueles magníficos momentos de "traquilidade íntima". 
O mundo descortina as situações com suas verdadeiras essências e significados. 
A satisfação pelo momento vivido é maior do que possuir o "ter".
Nossas maiores angústias são pelo que nos é desconhecido. Situações novas. Problemas novos. Se aprendermos a manter a sanidade real de nossa mente, de nosso "ser", estaremos tranquilos em nosso trabalho, em nossas relações interpessoais, em nossas relações interpessoais amorosas, em todos aspectos da vida "diária" e a longo prazo.
Prosperidade e felicidade fazem parte do grandioso espetáculo do Universo. Elas dançam juntas no palco do infinito. Um elo conjugado lindo e simples.
Você está feliz com seus projetos, sonhos, família, amores? Com sua vida? Com certeza então, pode considerar-se próspero. Se porventura não estiver, procurem suas chaves para abrir essa porta da prosperidade! Elas estão em seus bolsos.

J.Gonçalves, 29 de agosto de 2013, Itajaí - SC. ( Dias calmos, dias serenos, dias impacientes, dias incômodos. Lindos paradoxos!)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Enfrentamentos, esquivas, interruptores

Mais uma vez me pego nas imensas crises do saber.
Começo a compreender o que muitas vezes ouvi dos grandes estudiosos:  
A medida que se começa a entender tudo, no final não se sabe nada. 
Estou a muitos milhares de quilômetros de saber alguma coisa. Na verdade creio que isso nunca acontecerá. O paradoxo da existência é incrivelmente sarcástico. 
A "vida" é longa, a "vida" é curta.Isso deixa qualquer um em meio a crises conflitantes.
Somente o fato de querer saber, e entrar nesse mundo de informaçoes, nota-se que não passamos de um átomo de poeira cósmica. Uma simples e magnífica poeira.
Quem dera se tivéssemos a capacidade de termos acesso a tudo aquilo que um dia lemos ou ouvimos. Seria interessante se houvesse algum interruptor desse tipo em nosso organismo. Algum botão de acesso. Sou extremamente ganancioso quando se trata de "saber", "conhecer", "estar informado". 
Leio, estudo, pequiso, converso, discuto, analiso, leio de novo, reviso de novo, procuro saber de novo, e ainda assim não sei nada. Não entendo nada. Me perco. 
Déficit de atenção a níveis elevados??? (Risos). Não. Não é isso. É o fato de sempre ter algo a mais para estudar. Sempre há algo novo que surge assim do nada, prontinho para ser analisado e discutido.
E tirar tempo de onde? Kairo ou Chronus onde vocês estão para a gente bater um papo e talvez entenderem meu dilema?
A estrutura do "saber" sobre algo específico, ou compreender suas variáveis nos deixam com pesos descomunais nos ombros.
A responsabilidade de externalizar de forma correta e segura, ativa intensamente a amígdala (agora esse é o nome de uma estrutura encefálica que decodifica as emoções, estrutura da "garganta" agora passou a ser "tonsila palatina"), produzindo aquele medo que nos deixam em uma encruzilhada - luta ou fuga. Tudo na vida é isso. Luta ou fuga. Temos a opção de realizar um enfrentamento, ou instintivamente deixar-nos transformar em belos maratonistas tendo como base de treinamento a esquiva. Não há jeito. 
A individualidade de cada um dita sua atitude diante dos "problemas" emergentes. Uma esquiva é interessante em certos momentos. Serve como um aprofundamento e análise do problema "não enfrentado", fazendo assim com que possamos nos preparar para uma próxima situação, igual ou similar. Enfrentamentos, esquivas, todas essas "decisões" fazem parte do processo. Para um bom enfrentamento é necessário de uma boa resiliência (tenho uma queda fantástica por essa "companheira").
Choques, problemas, aprendizados, dor, escolhas visando algo maior, entre milhares de situações (abrangentes infinitos poderíamos abordar sobre a resiliência), nos fazem adquirir experiências e nos alavancam a ter um melhor desempenho quando o "problema" surgir novamente. Mas e quando o problema é simplesmente o "saber"? 
A vontade de se "ter" (intelectualmente) mais e saber que para isso há um limite? Uma boa esquiva de pensamentos é a resposta. Deixar a vida percorrer a trilha e permanecer absorvendo o mínimo que podemos. Nos contentar com aquilo que conseguimos aprender e aplicar. Não perder tempo com o "como" e sim com o "o que". O que fazer para melhorar, o que fazer para empurrar esses estressores para longe, o que fazer para conseguir tirar proveito daquilo que se têm, por finito que seja.
Enfrentar, esquivar, quem nunca fez isso?

J.Gonçalves, 26 de agosto (Crises de saber, anseios pelo interruptor de acesso a todas informações ouvidas, lidas e faladas. Ahh se nossa memória pudesse ser um pouco mais ampla).



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Procurem suas chaves

Preciso de férias. Uns 10 dias já serviriam. Uma semaninha para ver minha irmã, meus tios, amigos. Andar nos campos fronteiriços de minha região natal. Pasto verde sobre os pés. Ouvir a harmonia dos riachos abrindo espaço por entre árvores, pedras e terra. Andar a cavalo. Comer fora do horário. Sair dos padrões consequentes dos afazeres as vezes é bom.
Reanima. Reergue o "ser".
As vezes é bom parar. Parar tudo que se está fazendo e simplesmente fazer tudo não fazendo absolutamente nada. Parar de falar, de pensar, de falar, de ver. Parar tudo.
Criar uma atmosfera metafísica do silêncio. Deitar sobre a sombra de uma árvore qualquer e ouvir o som do universo, ouvir o OM em si mesmo e nos aproximarmos de nosso início/fim como organismos vivos. Deixar esvair-se toda sobrecarga negativa dos dias, horas e minutos atribulados que vivemos boa parte dos 365 dias do ano. 
Parece-me que o "mundo" (os administradores de Gaia) têm andado cada vez mais velozes, mais exagerados, mais demais para tudo. Exageros elevados. Conflitantes. Hiperativos. Doentes.
Como organismos ativos em meio a sociedade, somatizamos todas as vibrações, tanto boas, quanto as más. E o que fazer quando isso começa a afetar seu descanso, sua paz, seu silêncio? Um ótimo método seria esse que citei acima. Uma fuga alegre, uma esquiva que vale a pena.
Porém nem tudo é como queremos ou necessitados. Estamos presos ao ciclo da produção coletiva e individual para tornarmos o mundo "melhor". Piada não é? Todos requerem, sem ceder. Todos pedem sem doar. Todos necessitam sem provar. Todos precisam sem respeitar. Isso não é tornar o mundo melhor. Isso é tornar os homens piores. Isso é construir aos poucos uma prisão ao redor. Ao redor de suas propriedades, ao redor do "si mesmo".  Tornar o mundo melhor é sorrir ao amanhecer. Lembrar que por mais que estejamos tristes ou abatidos existe alguém em uma situação um pouco pior que a sua. É poder fazer uma pessoa sorrir durante seu dia, no mínimo uma pessoa. Com piadas? Com cócegas? Com brincadeiras? Não sei, deixe a criatividade dominar os níveis de serotonina de seu organismo. Tornar o mundo melhor é lembrar de manter interações pessoais sempre ativas. Filas de banco, filas de pagamento, corredores da Universidade, supermercados, bares etc... Todos são contribuidores para o início de uma interação social. Uma vez por dia, só uma... 
É amar agora, é ter amado ontem, é amar amanhã de novo. Amar pessoas diferentes? 
Sim, por quê não? Precisamos perder esse "dom" que o ser humano adquiriu de achar que o amor é prisioneiro, que as paixões são uma condenação da libído. Precisamos parar de entramos na prisão. Se por acaso entrarmos por algum motivo ou outro, devemos lembrar que a chave está no bolso. Ou da camisa, ou da calça, não sei, mas que ela está com você, ahh sim, ela está sim.
A chave de todos os problemas está com você. Tudo está em você. O universo é você. A frase que falarei agora já foi abordada em outro texto, e volto a repetir:
Você decide se seu mundo pode ser melhor ou não. 

Preciso da minha alegria, do meu companheiro silêncio por alguns dias. Entrar em harmonia com o ritmo da orquestra que pulsa dentro do ser biológico. Decididamente preciso de férias. Preciso procurar nos bolsos e achar a chave para sair dessa prisão de normóticos
Entrar em algum riacho e deixar que sejam levados esses fluídos de normose que absorvemos dia após dia. 
Todos precisamos bater um papo com o Self de vez em quando. Procurem suas chaves. 
Procurem pois tenho certeza que estão em algum dos seus bolsos.

J.Gonçalves, 22 de agosto de 2013. (Três semanas de aula que parecem um ano. Preciso de meu silêncio. Preciso dos barulhos orquestrais de minha mente)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Jabes e os tomates


Era uma vez, ou melhor, ainda é, pois a personagem da história ainda existe, uma menina chamada Jabes. Ela tinha seis anos e morava com seu pai, já que sua mãe tinha desistido da família e ido embora. Jabes estava com vontade de comer tomate, então como qualquer criança, pediu ao seu pai. O pai entristeceu-se, pois não tinha dinheiro para satisfazer o simples desejo de sua filha. Sábio e carinhoso, disse-lhe:
- Não tem! Mas pede para Deus que Ele vai trazer tomate pra você.
Jabes questionou: - E Deus pode me dar tomate, pai?
- Claro que pode! Ele é o dono de todos os tomates do mundo.
Como sabemos, crianças nesta idade visualizam tudo no concreto, ainda não possuem capacidade de abstração. Os olhinhos da pequena brilharam e seu queixo caiu, enquanto imaginava Deus passeando por entre suas gigantescas plantações de tomate, viu também seus celeiros lotados de bolinhas vermelhas e isso fez com que Jabes corresse ao quarto, em uma atitude de fé ajoelhou-se na cama, juntou as mãozinhas e pediu para Deus uns de seus inúmeros tomates.
Correu de volta ao pai e começou a incomodar-lhe perguntando quando Deus a presentaria com o que tanto queria naquele momento. O pai docemente respondeu que esperasse, pois logo logo seu pedido seria atendido. A garotinha ficou na porta, olhando para o céu e se perguntando se uma cegonha traria os tomates como traz os bebês, ou se eles cairiam do céu, ou se apareceriam de repente como mágica...
Ali ficou, com o coração ansioso e com suas imaginações. (Como crianças são encantadoras, fico tentando enxergar seu rostinho aminado e o frio na barriga que deveria estar sentindo durante a espera...)Passaram-se alguns minutos, e ao longe Jabes avistou um homem caminhando. Sua expectativa era de que fosse Deus trazendo seus tomates. Frustou-se ao perceber que era apenas seu tio, que todos os dias levava dois baldes de água tirados da bica para a família. Quase desanimou, mas conforme o tio se aproxima, seu rosto se ilumina, borboletas dançam eu seu estômago, e Jabes frenética começa a pular sem conter a alegria que a invade. O tio fala da porta:
- Hoje não veio água, trouxe uns tomates para você!
-Vou chamar o papai.
- Não Jabes, é pra você.


Não preciso continuar contando, nem colocar a moral da história aqui. Posso falar que a simplicidade de um coração de criança faz com que Deus dê um jeitinho de prover tomates, ou qualquer outra coisa que possamos querer. Céticos falarão que tudo não passou de uma mera coincidência, outros rirão e talvez lembrem de Jabes na hora do almoço, ou quando passarem no supermercado. Contudo, alguém, mesmo uma única pessoa, irá sorrir e deixar uma lágrima escorrer lembrando-se do Deus no qual colocava sua fé durante a infância.
Sou suspeita para falar, pois tenho um relacionamento intenso com o Deus dos tomates, que pra mim foi também dos celulares, do notebook, das roupas, das viagens, das curas, das realizações, das conquistas, da felicidade, das transformações, da paz, do amor, da cruz...
Que é uma fonte inesgotável de tudo que há de melhor dentro de mim e que me transborda de sua essência sobrenatural diariamente.

No livro que deu origem a esse blog, meu amigo Júlio colocou uma frase que pode descrever com precisão minha posição hoje, "um pouco de ciência, um pouco de fé e doses exageradas de amor".
Esta é a fórmula para uma vida dar certo, esta fórmula resulta em equilíbrio.
Há tanto nesse mundo que jamais passará pela sua retina, há conhecimentos profundos que nossa pequena e limitada mente jamais conseguirá absorver, há problemas tão grandes que poderiam nos destruir. É muito de tudo pra todos os lados. Só somos realmente fortes para tudo isso quando estamos escondidos nAquele que É maior que nós.
Fé não tem muito a ver com religiões inventadas e regras sufocantes. Deixemos de lado as cercas e os muros que estão ao redor de muitos, e sigamos O Caminho. É mais leve, mais prazeroso e mais satisfatório.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Liberdade, que de livre não têm nada

Os dias têm sido curtos, as noites menores ainda (tanto que logo pela manhã, a primeira pergunta é se eu estava na farra na noite anterior. - Não gente, claro que não. Sou acadêmico de Psico, a vida é essa, cara inchada sempre).
E isso, com plena certeza, é um influenciador para que a melancólica companheira solidão, assente-se ao meu lado nas calçadas da trajetória. 
Pior ainda é ver esse blog abandonado. Dói no coração. Estamos na labuta, eu e a Anny, tentando transferir nossas idéias, projetos, aprendizados sempre que possível, para cá. Nesse nosso cantinho de refúgio intelectual e filosófico. 
Vamos ao que interessa, um pouquinho do que têm sido meus dias e as novas sinapses que foram incentivadas a acontecer. As aulas têm sido maravilhosas (tirando uma ou outra situação), novos conceitos, novas abordagens, informações transformadoras, realidades antes inacessíveis, agora companheiras de percurso.
Algo que algum tempo vinha sido como um ponto de interrogação, tornou-se reticências. Reticências pelo fato de eu ter vislumbrado somente uma fraca luz em um túnel infinito. 
Falaremos sobre o livre-arbítrio. 
Um assunto que ainda permanece com milhares de raízes e conceitos. Há aqueles que acreditam que seu destino está escrito nas estrelas, outros que crêem em deuses, outros em condicionamentos socias e os mais variados mitos e crenças. Bom, não quero que entendam como o "certo" ou "real" meu ponto de vista. É uma questão de subjetividade e até mesmo um pouco de falta do espírito crítico.
Um fato inicial acerca do livre-arbítrio seria que, somente temos a liberdade de fazer aquilo que nosso organismo, nossa natureza, assim o permite. 
Algo como: -Quero voar sobre a cidade.
Isso não será possível pelo fato de nossa natureza biológica não ter as condições necessárias. Por mais que tenhamos o chamado livre-arbítrio para fazê-lo, não podemos.
Partamos então para um princípio básico da "liberdade". Um homem livre seria "aquele" que agiria segundo sua vontade, idéias e propósitos, realizando suas escolhas de acordo com que considera melhor. Para que isto aconteça seria preciso estar livres dos obstáculos, logo, ser livre é estar longe dos empecilhos que o prejudicam de exercer a liberdade. Já temos então, um conceito que normalmente ninguém percebe. 
Liberdade esta intimamente relacionado a fuga ou esquiva dos estímulos que andam conosco todos dias. Cheguei a uma prévia conclusão de que não fazemos o que realmente queremos, e sim executamos o que precisa ser feito para escapar da punição dos obstáculos que nos impedem de chegar a tal "liberdade". Seria nada mais do que um aspecto do condicionamento operante, o chamado, reforço negativo (manter ausente as consequências punitivas).  
Ou seja, ainda estamos sob controle. Controle ambiental, controle social (este totalmente intensificado), controle cultural, entre outros. 
Liberdade é somente um reforço positivo. Repetição de estímulos que "conduzem" ao bem estar pessoal. 
Vivemos presos em nossas próprias escolhas e pré-definições acerca da vida e mundo, presos em nossa cultura, presos socialmente, presos em nós mesmos. 
O fato de estar aqui, sentado em minha mesa, lendo e escrevendo, é consequência de minha própria escolha de gostar escrever e ler. Essa escolha foi gerada através de uma estímulo familiar e comportamental, que nasceu também de outro estímulo, e outro, e outro... 
Sendo portanto, o controlador e a projeção de tudo o que sou. 
Logo, isso também serve para as respostas que serão produzidas através desse estímulo de estar escrevendo. Escreverei, lerei novamente, farei correção, divulgarei, vocês leram, isso gerará algum estímulo, e outro, e outro... 
Já existem reportagens que sustentam a informação de que neurocientistas descobriram, através de mapeamentos, a existência de atividade cerebral antes mesmo de se ter uma consciência de escolha. Para quem tiver curiosidade sobre isso clique aqui. Não abordo nada a respeito disso pelo fato de ter sido lançado por uma revista, portanto pode ter sido sujeito a adaptação para venda ou propaganda, não sei.
Confesso que fiquei triste com essa suposta descoberta, mesmo que ela tenha me acompanhado desde o começo de minha existência. Tudo bem, aceito o fato de não poder fazer muitas coisas que gostaria, porém chegar a essa compreensão e condição que meus próprios estímulos me impõem, deixaram-me surpresos. Sei que minhas escolhas geram uma resposta, porém não imaginava que fosse em proporções tão agigantadas e totalizadas. 
Isso gerou tantos conflitos internos acerca de outro tipo de "livre arbítrio" - o religioso. Minhas definições e aprendizados até o momento sobre a liberdade no aspecto religioso caíram por terra. Espero que futuramente, possa abordar novamente, porém com mais informaçõe e clareza do que seria livre-arbitrio para a religião. 
A vida é assim. Esvaziar-se para encher-se novamente. Re-construir, re-começar, re-criar, re-definir etc... 
Essa é a caminhada da ciência, da fé, e do amor.
Estou feliz! Vida tranquila, intensa, positiva... 
Enfim, vivendo conforme meus próprios estímulos do passado conduziram a resposta presente.
Sistema límbico sempre ativo. Saudades, paixões, amores, alegrias,tristezas, espantos. 
Vida!! Vivendo o presente mais belo que nosso Criador pode nos dar, a Vida dEle mesmo!!
Um beijo Mentes Criativas!!

J.Gonçalves, 16 de agosto de 2013. (Behaviorismos, Antropologias, Neurotransmissores, solidões produtivas nas calçadas da rua, bancos de parques, areias da praia, meu quarto, meus livros, meus sonhos).

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Torres de Marfim

Esse blog anda meio abandonado, pois a agitação constante nos envolve em meio a trabalho, estudos, estágios, ministério e uma tentativa um tanto que frustada de vida social.
Estamos em etapa de construção, então é preciso em alguns momentos renunciar certos compromissos em prol de outros. Só não podemos perder o foco, e nos deixar distrair pelas muitas vozes que soam ao redor.
Os desafios vêm, e nós vamos "dando nossos pulos", para atravessá-los com graça e ousadia.
No meio dessa sociedade conturbada, onde a visão utópica de uma revolução total nos persegue em sonhos e devaneios, descobri em uma aula magnífica com uma professora genial e desastrada - que lembra a minha pessoa no futuro - sobre a tal revolução molecular. Esta, vem da ideia de mudar o mundo, contudo diz que se mudarmos nós mesmos, depois nossa casa, estaremos contribuindo para tal.
Então dou um jeito de ter tempo para o que amo. Paro tudo! Em um momento que deveria estar fazendo tantas outras coisas mais urgentes... só para relembrar alguns princípios, que diariamente que esvaem no meio do caos da selva de pedra.
Paremos de nos importar com o sistemas e com nossas revoltas sobre o que há de errado exteriormente, longe de nosso alcance.
E venhamos desbravar o mundo de nosso inconsciente, as mazelas de nossa alma há tanto o que descobrir, elaborar, transformar... E você aí sentado na frente da tela sendo bombardeado pela institucionalização do poder, do saber, do consumo.
Acorde! Saia de sua torre de marfim e viva seu discurso com garra e simplicidade. Não deixe os experts te convencerem de que sua sabedoria de nada vale. Volte as raízes, reviva a essência. Quem é você de verdade? Quando ninguém está vendo...
Perca-se e encontre-se, só não deixe de ser essa criatura preciosa que você sempre foi. As coisas que você vê são passageiras, em pouco tempo tudo desaparece. Resta apenas o que você não vê. Então dê mais valor ao que é invisível aos olhos e desista do vaguear da cobiça.
Respira fundo e recupere suas forças lute contra o turbilhão que cai sobre você, e não desista de nadar, pois mesmo que você acabe morrendo na praia, a melhor parte está do lado de lá, do outro lado da vida.
Dê um sorriso, ou dois, e vá correndo conquistar tudo que há pra você, só não esqueça que o TUDO daqui é nada perto do que tem Lá. Não perca seu lugar no Lá, no Lar, na casa feita de outro que está reservada aos que pensaram mais no Lá do que no aqui.
Há tanto para se viver, mas depois que você morrer, toda essa correria só vai ter valido a pena, se você tiver corrido para o lugar devido.
Corra, voe, bem alto... Mas no caminho certo. É no silêncio que você escuta Àquele que te dá os conselhos certos.
Corra, viva, conquiste, surpreenda, invente e reinvente-se, só não perca a sensibilidade ao Amor e a humildade de voltar atras em suas escolhas mal feitas.


sábado, 3 de agosto de 2013

Fazendo Rapadura

Não, não vou ensinar uma receita de doce. Vou ensinar uma receita de vida!
Em uma tarde cinzenta, de um inferno frio, no sul do sul da América do Sul, a vida é calma e tranquila em alguns dias como este. Família reunida em volta da lareira e uma simples vontade de comer doce, foram o cenário perfeito para desbravar mais um pouco desse mundo apaixonante que é nosso e não percebemos, pois tempos medo dele.
Coloquei açúcar demais na panela, mesmo minha mãe falando pra não fazer isso. Eis a grande falha! Não escutar quem sabe mais do que nós, seja por distração ou por desobediência pura. Aprenda a ouvir os outros, para evitar perder tempo, para evitar ter mais trabalho do que o necessário, para evitar se machucar em vão - só por teimosia.
Eu fiquei lá mexendo naquela panela por longos minutos e nada... mais um pouco e nada... nada...
- Ô mãe, acho que fiz algo errado!
Enquanto fui chamar para ver o que tinha feito (como se não soubesse), segundo desastre. Não sei explicar o que foi, mas estava tudo tão duro e grudado na panela que estava mais pra cimento do que para rapadura. 
Enfim, vou seguir as instruções. Tirei um pouco do açúcar, coloquei mais água. Ainda estava estranho... começou a derreter. Agora é hora do amendoim. Mexendo mais um pouco. Começou a melhorar. Mexer mais. Logo aquela coisa estranha, ficou bonita, uniforme, com cheirinho bom...
E enquanto esse processo tão simples ocorria, minha mente voava e filosofava sobre tentativa-erro.
Alguns cientistas afirmam que aprendemos por insigth, outros dizem que é por experiência, tantas outras teorias que nem vou citar... 
Sempre preferi aprender por insigth, parece mais inteligente, do tipo: "sou geneticamente programada para ser uma pessoa esperta", confesso que em muitas situações fui assim.
Contudo, ultimamente, tenho vivido o "processo rapadura" com frequência. Erros e mais erros, muito açúcar, pouca água, fogo alto, fogo baixo, queimo a mão, canso o braço e continuo tentando e tentado de novo. 
Para alguém que sempre viu o erro com toneladas de preconceito, é bastante torturante ter que descer do palco de orgulho e vaidade para humildemente aprender com os erros e com suas consequências.
Porém ver a receita dando certo hoje, me fez pensar no quanto é valioso o processo todo. É, esse processo de transformação ao qual vivo tentando me sujeitar. Já desisti de mudar o mundo, mas não quero desistir de me mudar. Só fui me dar conta disso, depois de inúmeras vezes fracassar e sofrer pelos fracassos. Agora, percebo que assim como uma receita que não dá certo e me obriga a refazê-la, cada novo amanhecer é uma tentativa de receita. Em um dia refazendo a que errou, no outro tentando uma nova.
Sempre fui pressionada com a ideia de que repetir o mesmo erro é burrice. A pouco aprendi que as nossas maiores transformações acontecem nas guerras que tivemos que lutar mais de uma vez.
Procuro erros novos e vejo que eles são ainda mais dolorosos do que repetir os antigos.
E assim segue o processo de me transformar em quem eu sou. De descobrir quem eu sou, e ser de proposito...
E sobre a receita de vida? Sugiro ouvir melhor aos que sabem mais e ter humildade para se permitir aprender com aqueles que não são tão inteligentes como você. Há tesouros preciosos nas pessoas simples. E ainda mais nas mães...